O intenso ritmo de operários trabalhando no feriado desta quarta-feira tem é a maior prova do baita atraso que marca as obras de recuperação da Ponte Pênsil, em São Vicente. Cansados de chiar, os moradores dos bairros Japuí e Prainha não sabem mais o que fazer.

Se o cronograma previsto originalmente pelas autoridades tivesse sido cumprido, a Ponte Pênsil reabriria para o tráfego de veículos hoje, exatamente um ano depois da interdição. Como isso não rolou, quem mora na Prainha e no Japuí segue precisando dirigir por oito quilômetros em vez dos 500 metros tradicionais para chegar do outro lado da ponte.

O transporte público também deixa a desejar. Segundo os moradores, o itinerário provisório fez ampliar os atrasos da única linha que serve os bairros. “Já fiquei mais de 45 minutos esperando um ônibus”, diz a dona de casa Maria Martins. “Está uma bagunça. Não tem horário, nem local pra desembarque”, acrescenta a pensionista Clara Assis.

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Data inicial para a entrega da obra seria esta quinta-feira. Mas, prazo foi adiado

A solução encontrada por muitos é pedalar. Na ponte, um acesso improvisado permite passagens de pedestres e ciclistas, desde que desçam da bicicleta. Por falta de fiscalização, porém, é comum flagrar caminhantes e motos dividindo a faixa.

Só que nem isso dá para fazer direito. Com o maior fluxo de ciclistas, os moradores denunciam o aumento de furtos e roubos de bikes e pedestres. “Depois das 17h, a gente forma grupos para atravessar a ponte. Sozinha, é complicado”, reclama a dona de casa Margarida Fernandes.

Para ela, a escalada da criminalidade se deu após a desativação de um posto policial, que controlava o semáforo da Ponte Pênsil. “Espero que volte depois da reforma”.

Por sua vez, os comerciantes do bairro amargam um prejuízo atrás do outro e são mais consultados para orientação de motoristas perdidos do que para qualquer outra coisa. “Isso é todo o dia”, diz Nelzi Melo Ferreira, dona de uma lanchonete, logo após um veículo de São Paulo pedir explicações de trajeto.